sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Por: André Newmann

"Eu sempre achei que o amor,
Que o grande amor, fosse incondicinal.
Que quando duas pessoas se encontram, que quando esse grande encontro acontece, você pode trair, brochar, dar todas as porradas, se for um grande o amor, ele voltará triunfal.
Sempre!
Mas não, nenhum amor é incondicional.
Então acreditar na incondicionalidade do amor, é decididamente precipitar o fim do amor, porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo, e um amor não aguenta tudo, nada nessa vida é assim!
E aí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim então comece.
Um grande amor não é possível,
talvez por isso seja grande.
Então, assim, nele, obrigatoriamente, pode caber também o impossível.
Mas quem acredita?
Quem acredita no impossível, senão apaixonadamente?
Como a um deus, incondicionalmente."





"E como eu palmilhasse distraidamente vencido, pois bem, O Solteiro. Primeiro: solidão não é abandono. Um é de dentro pra fora e o outro de fora pro dentro. Sim, o mundo é erótico. Típico pensamento de solteiro… Está comprovado porque inventei agora: solteiros são mais erotizados portanto fazem mais sexo. E, claro, os solteiros inventaram o sexo. Vai discutir? Discussão é invenção dos casais.
Volvendo: solteiro é opção. E opção é democracia. Casamento, por analogia, é ditadura. Porque casado, namorado, profissão, só serve se por paixão – paixão é falta de opção, delírio, abismo, não vou nunca mais falar sobre isso. Sofismático? Coisa de solteiro. O que é sofismático? Coisa de casal (apesar de fazer menos sexo, o casal lê menos também).

Solteiros são mais saudáveis. Praticam esportes (mesmo que motivados pelo desejo de um encontro), frequentam mais bares, praias, festas. Casais moram em masmorras onde se torturam mutuamente. Quem nunca torturou o parceiro que ai ai ai.

A voz do solteiro é a voz de Deus, diz o ditado. Assim, melhor só que blablablá, quem não está bem sozinho não pode querer blablablá, etc. Ah: solteirice é consciência ecológica e o casamento polui. Em resumo, solteiros tem tempo e espaço para inventar coisas (como essas), enquanto casais (#FATO) vivem na mesmice. Seja franco ou franca: até quem é casado sonha encontrar alguém.

Quem é que te olha todo dia no espelho? Quem te leva o garfo à boca e depois escova seus dentes? Quem arruma seu travesseiro, cruza suas pernas, pisca seus olhos, e, afinal, quem é que te inspira o ar? Você. No mínimo solteiros são solidários. Tema preferido dos casais? Egoísmo.

Os solteiros é plural então até que nem tão solteiros assim. Solteiros de todo mundo, uni-vos!

Pois bem, estou solteiro? Sim. E, talvez, “sou solteiro”. Aquela coisa toda de que nascemos sozinhos, vivemos, morremos… Então seria, “nascemos solteiros” e “morreremos solteiros”.

Outra (falo por mim e pelo que vejo): as pessoas são melhores solteiras. Melhores no sentido de mais potentes, soltas, vivas, fortes… Casais se castram, se frustram, amedrontam. Mais: solteiro quer dizer o sol inteiro. E ainda: só, mas inteiro. Em resumo: estou meio triste, meio raivoso, acabado, confuso, perdido, meio louco, sei lá, como pode notar (se for solteiro(a) porque casais são cegos).

Mas tudo bem, eu me tenho só pra mim… Ser solteiro é como se ainda não existisse celular. Só isso. Simples assim.

E tenho aqui mais umas muitas notas caóticas sobre o tema, mas não importa. Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz casado."

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